Começar a desbravar o mundo: a importância da educação infantil na vida das crianças
Brincar de macinha, desenhar, pintar, cantar músicas, brincar de roda… são algumas das atividades do ensino infantil que, à primeira vista, pode parecer insignificante para o desenvolvimento do seu filho, mas são essas brincadeiras que vão permitir que essa criança tenha facilidade na interação com o outro e até uma auto estima elevada. A educação infantil é uma das fases mais importantes no desenvolvimento psicossocial e psicomotora das crianças.
Segundo a professora da Universidade Estadual do Pará Izabel Borges Oliveira, mestra em educação, a educação infantil contribui para um processo de desenvolvimento mais amplo das crianças, pois haverá convivência com outras crianças, além do desenvolvimento de atividades pedagógicas que trazem a ludicidade. E essas atividades contribuem para o “desenvolvimento da linguagem, o desenvolvimento psicomotor, o desenvolvimento social. Além de favorecer o desenvolvimento psicológico, cognitivo e social”, diz Izabel. Cristina Lopes, Coordenadora pedagógica do Centro Universitário do Pará, concorda. Para ela, “o período que as crianças estão no ensino infantil é um incentivo para que elas possam desenvolver e aperfeiçoar a interação social. E o legal é que esse aperfeiçoamento vem no contato com o outro. Esse relacionamento afetivo é uma forma de propiciar o amadurecimento pessoal de cada criança”.
É nesta etapa que a criança começa a desbravar o mundo além das dependências da casa e do núcleo familiar. A criança faz novos amigos, aprende a compartilhar e começa a conviver com as diferenças, por isso é uma etapa importante para a construção da personalidade e da moral de cada indivíduo.
A professora Cristina chama a atenção para o espaço das escolas de ensino infantil que deve ser favorável ao desenvolvimento das crianças. De acordo com a pedagoga “muitas vezes os pais colocam essas crianças no ensino infantil achando que é só para a escola cuidar. Então, a gente tem que pensar que vai muito além do cuidar. Aí a gente destaca a forma como o lúdico, o brincar é trabalhando dentro dessas escolas. É um ponto essencial, nessa relação criança e educação infantil, a forma de como o brincar é colocado, o que vai possibilitar às crianças adquirir diversas habilidades e, até mesmo, uma autoestima significativa, que é essencial para o bem estar delas”, acrescenta a pedagoga.
Os estímulos motores, afetivos e sociais nesses primeiros anos escolares permitem que a criança torne-se mais independente e autônoma, o que pode ajudá-la na criticidade e na criatividade.
As brincadeiras feitas dentro de sala de aula tem um fundamento. A professora Ângela Cohen, do maternal do Ideal Junior, diz que “A criança não vai para escola só para brincar. A criança brinca de massinha, mas a massinha vai desenvolver a coordenação motora fina para que a ela, no futuro, possa segurar um lápis, rasgar um papel e realizar muitas outras atividades manuais”. A criança brinca de Faz de Conta, no momento em que ouve histórias, brinca com bonecas e veste fantasias, mas são essas vivências irão possibilitar o desenvolvimento de habilidades como criatividade, sequência de raciocínio, coerência e coesão, necessárias para futuras produções textuais. Segundo Ângela esse é o período que a criança vai explorar um leque de possibilidades. Pular a Educação Infantil poderá trazer prejuízos para toda a vida acadêmica da criança, bem como em seu desenvolvimento global, pois o brincar conduz a criança para descobertas de si mesma e do outro. É brincando que a criança vai descobrindo novos mundos.